Utensílio colocado no plano inferior do lagar que recebem a
água ruça de mistura com o azeite.
Tradicionalmente feitas de barro, vê-se modernamente este
material substituído por folha de flandres e encomendado a qualquer latoaria de
Tomar. A tarefa de barro, enorme vaso de forma bizarra, é modelada por alguns
oleiros da Freguesia de Asseiceira.
Com cerca de 1,50m de altura e 1m de boca a tarefa estrangula
a cerca de 70cm, alargando de novo em bola com cerca de 25 cm de diâmetro.
Junto à base, um pequeno orifício que se destina à sangria
das fontes.
Em 1971 o preço da tarefa de barro era de 250$00.
Antes de ser posta ao serviço do azeite, a fonte é submetida
a tratamento especial, mantendo-se cheia de água durante 24horas.
As modernas fontes, agindo por decantação, prescindem por
isso de habilidade manual, tornando o trabalho cada vez menos dependente do
homem.
Entregue à técnica, pouco haverá a dizer das fontes de
torneira e da sua sangria. Tudo se passa automaticamente com um mínimo de
intervenção por parte do mestre do lagar. Esta inovação substitui o velho
espicho de linho e a vara de marmeleiro, cuja arte, definia um verdadeiro
mestre do lagar.
O espicho, colocado no orifício da base das fontes, dá
passagem à água-ruça, exigindo mão lesta para não deixar passar o azeite, e, ao
mesmo tempo, evitar que líquidos estranhos permaneçam na tarefa, alterando o
azeite. Consiste simplesmente numa pequena vara de marmeleiro envolvida em
estopa que lhe dá forma cónica. O mestre, depois de detetar com a vara o ponto
de separação entre a água e o azeite, abre o espicho libertando aquela.
O líquido libertado até aqui se vem designando por água ruça
é também conhecido por almofeira.
Ilustração 1 – Fonte ou tarefa em frente Capela de São Gregório. Foto: C. Henriques Nov12
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