quinta-feira, 30 de abril de 2020

Fábrica de Papel do Prado - Tomar

"El-Rei D. José I, por Aviso da Secretaria de Estado de 2 de julho de  1772, mandou entregar à Junta do Comércio as Ferrarias do Prado, para nelas erigir uma Fábrica de Papel, o que (diz o documento donde isto transcrevi), até hoje (8 de novembro de 176), não teve efeito.
         Depois, Francisco José, do lugar da Pedreira, pretendeu fazer nas mesmas ruínas uma Fábrica de Sedas; mas a Junta do Comércio, informada do Aviso de 1772, não lhe a licença.
         Conhecedor do caso, Francisco de Roure  e um tal Melo e Mouga, de quem nunca mais se fala, foram a Tomar examinar o local e, gostando dele, dirigiram-se a El-Rei a seguinte súplica:
        «Francisco de Roure deseja fazer uma fábrica de papel: acha como sítio apropriado para a dita o local denominado Prado, próximo do rio Nabão.
         Lugar em que, parece, em tempos mais remotos houve uma fundição de ferro por conta do Estado, da qual hoje (1822) só existem uns restos de paredes, a maior parte coberta de figueiras e mato, em total abandono, mas em que se podem aproveitar as águas do dito Rio, tanto para dar movimento às máquinas, como para a trituração da matéria prima, em razão de um açude que encaminha as ditas águas para aquele sítio, e que isso parece ter sido feito para serviço da mesma fundição da fábrica de ferro, visto esta achar já muito inutilizado, e sem proveito algum
a) Francisco do Roure e a)Luis de Sousa Melo e Mouga. s/data»
         El-Rei, em 26 de novembro de 1822, mandou ao provedor da Comarca de Tomar para informar.
         Não tenho informação do Dr. Francisco Fernando de Almeida Madeira, Procurador da Comarca de Tomar, mas parece que o requerimento foi, em parte deferido, pois Francisco de Roure arrematou (não aforou) por 110$000 réis os terrenos do Prado pertencentes às antigas Ferrarias, e que pertenciam à Intendência Geral de Minas, sendo a escritura de compra assinada a 9 de julho de 1823.
        Mas, quem era Francisco de Roure?
        Francisco de Roure era de origem irlandesa, filho de Pedro de Roure, católico irlandês que fugindo às perseguições dos protestantes ingleses se refugiou em França, onde casou com D. Maria Leonor Assolant, vindo depois para Portugal, onde se estabeleceu em Lisboa.
        Pedro de Roure deve ter falecido por alturas de 1793, deixando a sua casa e sua mulher e filhos (Francisco e Mariana).
        Francisco de Roure deixou a sociedade com sua Mãe em 1820, e estabeleceu-se por conta própria na Rua do Alecrim; por esta altura casou com D.Iria Pimentel Maldonado, de uma rica e nobre família tomarense; daí, talvez o seu interesse por Tomar e escolhe-la para montar uma fábrica.
        Por provisão de 8 de maio de 1824, Francisco de Roure recebeu de El-Rei todas as graças, isenções e privilégios de que gozavam as fábricas similares.
        A fábrica iniciou a sua laboração e prosperou de tal modo que em 22 de janeiro de 1826, o Juiz-de-Fora de Tomar, Dr. Tiago do Amaral (Juiz da Vila desde 1822) informou o Governo do seu bom estado de adiantamento.
        Francisco de Roure pouco tempo esteve na sua administração, pois passou-a ao seu cunhado Silvestre Schiappa Pietra, casado com a sua irmã Mariana, ao tempo administrador da Fábrica de Fiação (1839).
         Este Silvestre Schiappa Pietra nascera em Pernes (Santarém) em 10 de julho de1773, filho de Pedro Schiappa Pietra e de D. Gertrudes Clara do Sacramento Terrier. Pedro Schiappa Pietra era genovês, e viera para Portugal em 1765.
         Silvestre Schiappa Pietra fora ao Rio de Janeiro montar uma fábrica por conta de Domingos Loureiro; regressado a Portugal em 1813, como sócio de Domingos Pereira, foi para a sua Fábrica de Tecidos de Alcobaça, primeiro como técnico, depois como sócio, que passou a funcionar sob a firma Loureiros & Pietra.
         Casou cerca, cerca de 1814, com D. Mariana de Roure, como dissemos, de quem teve 4 filhos:
         1º - Pedro de Roure Pietra, (1815-1874) que sucedeu na administração da Fábrica do Prado a seu tio Francisco, por delegação do seu pai; foi Vereador da Câmara Municipal de Tomar no biénio 1856-57, e seu Presidente em 1857.
         2º - D. Mariana Miquelina de Roure Pietra, (1817-1879) que deixou os seus interesses nas Fábricas de Papel do Prado e de Tecidos de Algodão de Tomar a sua irmã D. Maria Henriqueta.
         3º - Henrique de Roure Pietra. Sucedeu a seu irmão Pedro na administração da Fábrica do Papel do Prado (1869). Foi Vereador da Câmara Municipal de Tomar nos biénios 1864-65 e 1868-69; como Vereador, contribuiu grandemente para o alargamento e embelezamento da Várzea Pequena.
         4º - D. Maria Henriqueta de Roure Pietra de Oliveira. Casou com o professor de latim da Escola Secundária Municipal de Tomar João de Oliveira e Casquilho. Graças à herança dos seus pais e irmã D. Maria Miquelina, em 1890, seu marido pôde iniciar a construção da Fábrica de Papel da Matrena.
         A Fábrica de Papel do Prado ficou em 1842 a D. Mariana de Roure Pietra e seus filhos, e girou sob a firma D. Mariana Roure Pietra & Filhos, que foram, sucessivamente, os do sexo masculino, seus administradores.
        Em fevereiro de 1874 a fábrica empregava 173 operários, sendo 71 homens e 102 mulheres, provenientes da Pedreira e dos Casais.
        Em 15 de julho de 1875 foi vendida à Companhia do Papel do Prado.
        Em 29 de setembro de 1881 era seu administrador Jacinto Lopes Cartaxo.
        Durante muitos anos da primeira metade deste Século foi seu administrador Francisco Viana de Lemos da Costa Salema.

fonte: OLISIPO nº17 Jan1942
        Em 1903, tinha por motores uma turbina inglesa de 120 cavalos, uma máquina a vapor da força de 130 cavalos e outra de 30.
        A produção diária dos maquinismos de fabricar papel orçava:
        A do nº1, montada em 1901, 4.000 quilos, podendo atingir 5.000.
        A do nº2, que data de 1893, regulava por 1.800 a 2.000 quilos, podendo ir até 2.500.
        A da máquina de fazer almaço em folhas, variava de 600 a 800 quilos, mas podia dar mais.
        A média diária das 3 máquinas era de 6.200 quilos, ou seja uma tonelagem anual de 2.250.
        Em 1940 produzia, a baixa laboração, 3.000 toneladas de papel por ano, e empregava 450 operários.
        Actualmente (1971), o seu Conselho de Administração é superiormente orientado pelo Administrador-Delegado, engenheiro Manuel Vitoriano  embalagem, actualmente está orientada na produção especializada de papel kraft e cartolina Duplice (duplex).
        Possui Serviços Médico-Sociais (Assistente-Social e Médicos de Trabalho, de Previdência e de Seguro).

fonte: OLISIPO nº32 Out 1945
        Como vimos, já teve uma população fabril de 450 operário (1940); mas actualmente (1971), num considerável esforço de organização (Metodização, Mecanização, etc) labora com 210 empregados e operários, dos quais cerca de 160 do sexo masculino e 50 do sexo feminino."

Nota. Transcrição total de ..., não tenho momento referência qual a fonte pois tirei a informação há já alguns anos e não apontei a referência bibliográfica, logo que possa irei pesquisar na biblioteca (pois foi lá de certeza que tirei esta informação).



sexta-feira, 10 de abril de 2020

As Ferrarias do Prado - Tomar

     

"Restauração. A Tenência
A revolução de 1 de Dezembro de 1640 e a restauração da monarquia portuguesa levariam forçosamente à guerra com a Espanha. Seguiu-se um período de actividade febril para preparar o país para esta contingência. Ainda em 1640 foram criados o Conselho de Guerra e a Tenência-Geral de Artilharia; esta tinha por funções o alistamento, instrução e jurisdição sobre os “artilheiros de nómina” destinados ao serviço nas praças, fortalezas e navios; e a aquisição, conservação e distribuição de todo o material de guerra. Instalada nas Tercenas da Porta da Cruz, era dirigida pelo Tenente-General de Artilharia (um civil, embora pareça estranho) e ficou na dependência da Junta dos Três Estados, criada em 1641, para superintender na “administração financeira da guerra”, o que incluía o pagamento dos soldos e o financiamento para uniformes, munições, fortificações e outras despesas.
A Tenência teve de importar grandes quantidades de armas ligeiras e de artilharia, dado o estado em que se encontravam as unidades e os depósitos. Logo no início de 1641, “o monarca fez prover a fronteira do Alentejo com milhares de arcabuzes e mosquetes e 100 quintais de pólvora”[24].
As indústrias militares foram adaptadas para as nossas necessidades; foram criadas novas fundições no Prado (Tomar) e em Machuca (Figueiró dos Vinhos), áreas de minérios de ferro; e estabelecidas oficinas de armas no Porto, Braga, Ponte de Lima e Guimarães." 1


"Muito antes de incorporada a Comenda do Prado no Convento, (1536), aquando da Visitação de 1504, se encontrou ali erigido, por ordem Régia, um Engenho de Balas, junto dos Moinhos, o qual andava com água da levada deles, sem que se satisfazesse ao Convento os terrenos do dito novo Engenho.
          Duarte Leão, falecido em 1608, no seu livro Descrição do Reino de Portugal, diz-se: «Tirar-se-ia muito ferro da Vila de Tomar, se quizessem: por agora já estão começados os trabalhos e Engenho no Rio dela».
          Em 1618, foi dado Regimento aos Superintendentes das Ferrarias do Prado (Prado) e da Maxuca (Ribeira de Alge, a uma légua de Figueiró dos Vinhos).

          Em 28 de dezembro de 1640, foi criada  a «Tenência» que tinha a seu cargo as Ferrarias. O seu chefe era o Tenente-General da Artilharia do Reino.
          Em 20 de janeiro de 1641, Reis Correia Lucas, Tenente-General de Artilharia do Exército, propês que se mandassem continuar os trabalhos das Ferrarias de Tomar (Prado), que estavam a trabalhar a metade por falta de ferro.
          Em 8 de agosto de 1648, foram contratados operários franceses para as Ferrarias: eram fundidores especializados, para fundir balas, granadas, etc.
          Por despacho de 18 de novembro de 1654 manifesta a conveniência de ampliar os trabalhos, e diz que o «ferro de Tomar e Figueiró é de particular qualidade».
          Em 30 de janeiro de 1655, Francisco Dufour foi nomeado Tenente-General da Artilharia do Alentejo «em razão dos conhecimentos que havia demonstrado nas Ferrarias de Tomar e Figueiró dos Vinhos que continuou a superintender.
          Nesse mesmo ano, o Padre Manuel Severim de Faria, no seu livro Notícias de Portugal, diz que o ferro de Tomar é o melhor do Mundo; dele se costumam fabricar as espingardas mais estimadas de todos os Príncipes.
         O Corregedor da Comarca de Tomar, Dr. Diogo Marchão Temudo, quando em 1657 Francisco Dufour foi  a França, contratar operários especializados, ficou interinamente Superintendente das Ferrarias.
         Em 1662, Francisco Dufour fez vários eventos bélicos, como um fornilho contra sitiantes, um salcichão (que valia como 50 granadas juntas) e as granadas encaixotadas, de grande efeito explosivo e incendiário.
         Em 1663, foi nomeado Comissário Geral da Artilharia do Alentejo.
         O Tenente-General da Artilharia do Reino, Manuel de Andrade diz, nesse ano: «Nas Ferrarias de Tomar se lavram, estando delas encarregado Francisco Dufour, muitas balas, bombas, de fogo, apetrechos de guerra».
         Por Alvará de 15 de abril de 1663, foi nomeado o Corregedor da Comarca de Tomar «Juiz Privativo e Conservador das Ferrarias», com acção julgar tanto as causas cíveis como comerciais.
         Em 20 de junho de 1667, Pedro Dufour, filho de Francisco Dufour, que desempenhava as funções de Tenente-General da Artilharia do Minho, foi encarregado das Ferrarias na ausência do pai, em diligência pelo Algarve. Tendo este falecido durante esta missão, Pedro Dufour foi nomeado Superintendente das Ferrarias de Tomar e Figueiró dos Vinhos (S.Lourenço, Prado, Maxuca e Ribeira de Alge).


imagem de: http://www.mediotejo.net/tomar-intervencao-no-acude-das-ferrarias-pode-provocar-demoras-no-transito/ 10 de abril de 2020

         Em 16 de dezembro de 1678, Pedro Dufour tomou conta, por 6 anos, das Ferrarias de Tomar e Figueiró dos Vinhos, devendo fundir artilharia dos calibres 4'' e 8'' (respetivamente 10,16 cm e 20,32 cm, a 2$400 por quintal, além de balas, bombas e granadas).
          Depois de Pedro Dufour, em 1684, a administração das Ferrarias passou para o Corregedor da Comarca de Tomar, a que se considerou anexa a sua Superintendência.
          Pelo Regimento de 2 de abril de 1688 as Ferrarias voltaram a trabalhar por conta do Estado.
Segundo o Regulamento das Ferrarias de 1692, os empregados menores eram: almoxarife, escrivão, feitor e meirinho.
          Em 11 de junho de 1692, foram demarcados os Distritos das Ferrarias de Tomar e Figueiró dos Vinhos.
          Os limites de Tomar eram: Tancos, Atalaia, Ourém, Ceiça, Pias, Ferreira e Dornes; seguia então o Zêzere até à sua confluência com o Tejo, e este até Tancos.
          Por Alvará de maio de 1699, foram renovados os privilégios dos indivíduos que serviam nas Ferrarias de Tomar e Figueiró dos Vinhos.
          Por contrato de 19 de fevereiro de 1701, Francisco de Sousa Anes obrigava-se a fabricar no Engenho do Prado, até ao ao fim de junho 1705, 2.000 bombas e 2.000 granadas.
          Por Alvará de 14 de junho de 1703, foram renovados os privilégios dos indivíduos que serviam nas Ferrarias de Tomar e Figueiró dos Vinhos.
          Em 1707, funcionavam as Ferrarias de Tomar.
          Em 8 de outubro de 1710, era  Conservador das Ferrarias de Tomar e Desembargador Dr. João Nunes Coronel.
          Em 19 de junho de 1719, foi mandado separar os cargos de Intendente das Ferrarias e Corregedor da Comarca de Tomar. O Desembargador Dr. João Nunes Coronel optou pelo cargo de Intendente das Ferrarias.
          Em 4 de outubro de 1720, foi renovado por dois anos e meio o ofício de Almoxarife das Ferrarias de Tomar a Domingos Pinto da Silva, que o servira por 6 meses.
          Em 1727, João Coronel, filho do Desembargador Dr. João Nunes Coronel, sucedeu a seu pai na Superintendência das Ferrarias de Tomar e Figueiró dos Vinhos.
ferrarias web1
imagem de: http://www.cm-figueirodosvinhos.pt/index.php/descobrir2/patrimonio-e-cultura/ferrarias-foz-de-alge 10 de abril de 2020

          Em 5 de agosto de 1730, foi nomeado Superintendente das Ferrarias de Tomar o Dr. Silvestre de Morais Pimentel, Provedor da Comarca de Tomar.
          Em 1732 foi nomeado Superintendente das Ferrarias de Tomar e Figueiró dos Vinhos o Dr. João de Sousa Mexia, que ainda o era em 1734.
          Por Decreto de 1 de setembro 1741, foi nomeado Superintendente das Ferrarias de Tomar e Figueiró dos Vinhos, Bento de Moura Portugal.
          Por estarem arruinadas forma, por Decreto de 7 de Fevereiro de 1750, e Provisão de 18 de fevereiro de 1750, mandadas entregar ao Convento de Cristo.
         O convento pedira-as, alegando haver o dito Engenho e Casas sido edificadas em terras que lhe pertenciam, assim como lhe pertenciam as águas em que o Engenho trabalhava. Mas essa entrega nunca se fez.
         As Ferrarias de Tomar (Prado e S.Lourenço) e as de Figueiró dos Vinhos (Maxuca e Ribeira de Alge), foram fechadas em 10 de outubro de 1761 «em razão de nenhum proveito delas se tirar».
         Foi seu último Almoxarife Francisco Dias de Sousa.
         As Ferrarias de Tomar foram mais uma vez abolidas por resolução de 23 de fevereiro de 1778, «por se não ter há muito fabricado nelas peças de artilharia».
         Em 12 de maio de 1782, foi nomeado seu Superintendente Bartolomeu da Costa.
         Em 1802, foi reorganizada a Intendência, foram entregues todos os terrenos ao Intendente Geral das Minas, José Bonifácio de Andrade. Foram empregados nas Ferrarias os ingleses Hayson Wright, inspector: George Mathews, feitor: e os mineiros William Reeffe e August Boebert.
         Por Alvará de 30 de janeiro de 1802, as Ferrarias do Prado foram anexadas às Ferrarias da Foz de Alge.
         Em 1803 chegaram a Portugal, com destino às Ferrarias, Guilherme d'Eswege, Luís Varnagen e João Martinho Stieffel, da Alemanha.
        As Ferrarias de Tomar foram reativads em abril de 1809, por ordem do General William Karr Beresford, que junto delas criou «o Trem da Artilharia do Exército».
        Em outubro de 1810, foram ocupados pelos invasores franceses. Mas em Março de de 1811, o Marcehal Miguel Ney, comandante do VI Corpo do Exército que constituíam a Guarda da Retaguarda do Exército Francês de André Messena, manda-as arrasar e destruir.
       Em 28 de janeiro de 1812, os donos da Fábrica de Fiação requerem para fazer moengas de grão e de azeite neste local, e o aforamento do Prado. Mas o governo não concordou.
      E em 25 de abril de 1823, a Intendência Geral de Minas vendeu o sítio das desmanteladas Ferrarias do Prado a Francisco de Roure."2

imagem de: https://aldeiasdoxisto.pt/percurso/4467 10 de abril de 2020

Nota. Transcrição total de ..., não tenho momento referência qual a fonte pois tirei a informação há já alguns anos e não apontei a referência bibliográfica, logo que possa irei pesquisar na biblioteca (pois foi lá de certeza que tirei esta informação).
Fonte:
1 - https://www.revistamilitar.pt/artigo/528

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Os moinhos do Prado - Tomar

        "São os mais antigos do Isento de que temos documentação;
        Em fevereiro de 1179, 19 anos após a fundação de Tomar, D.Soeiro e sua mulher D. Toda Mendes, legaram à casa do Templo toda a sua herdade e moinhos do Prado. ficaram também aos Frades os moinhos da moenga. era então Comendador e Alacide-Mor de Tomar Frei D. Martinho Formárigo.
        Depois, em 1326, o Regimento de Frei D.João Lourenço cria (ou renova) a Comenda do Prado, com a renda de 800 libras.
        Um ano depois, 10 de setembro de 1327, o «ROL DOS BENS QUE PASSARAM A ORDEM DE CRISTO» cita esta Comenda, dizendo «haja os moinhos que são seis e o olival».
        Em 7 de setembro de 1536, vaga a Comenda do Prado por falecimento do Comendador Frei D. António de Noronha, Conde de Linhares, el-rei D. João III deu-a ao Convento, que a arrendou.
        Desde S.João de 1603 ao S.João de 1605, os lagares e azenhas do Prado estiveram arrematadas pelo Convento a João Rodrigues, morador em Tomar.
        Deste último S.João ao de 1607, esteve arrendada a António Dias, do Sobral, Manuel Dias, das Olalhas, e Baltazar Dias, do Alqueidão.
        Em 28 de Maio de 1730, o Convento arrendou os moinhos do Prado a Manuel Gonçalves, do Casal da Azenheira.
        Em 31 de Agosto de 1732 e em 1734, o Dom Prior arrendou-os por dezasseis móios e meio, sendo 7 de trigo e 9 e meio de segunda.
        Em 1 de julho de 1767 foram arrematados por 3 anos a Francisco de Novais, do Marmeleiro.
        Em 1 de setembro de 1818 os moinhos do Prado foram arrendados por 8 anos.
        Depois, em 1835, foram extintas as Ordens Religiosas, e no ano seguinte era o Convento autorizado a pôr em praça os seus bens.
        E pelo Diário do Governo nº 48 de 13 de março de 1836 lá foram os moinhos à Praça:
«Prédio nº1450; lagar de Azeite do Prado; consta de uma vara e 5 varas com caldeira grande, e parte pelos respetivos lados com terras do Convento.
Valor ................................................................................640$000
Prédio 329: Moinhos do Prado, de fazer farinha, que constam de 3 casas, uma das quais serve de cavalariça, e as outras 3 de residência dos moleiros, com 2 hortas pequenas, com várzea e terras de pão; tem 5 pedras, 2 de azenha e 3 de rodízios; sendo 3 alveiras e 2 secundeiras; parte de todos os lados com terras pertencentes ao extinto Convento.
Valor ...............................................................................2.435$000
Foram arrematadas, respetivamente em 11 de agosto e 6 de abril de 1836.
Foram para às mãos de Francisco de Roure."

Nota. Transcrição total de ..., não tenho momento referência qual a fonte pois tirei a informação há já alguns anos e não apontei a referência bibliográfica, logo que possa irei pesquisar na biblioteca (pois foi lá de certeza que tirei esta informação).


fotografia de: http://www.mediotejo.net/tomar-fabrica-prado-karton-vai-a-leilao-em-dezembro/2020