Arquitetura de Produção
A arquitetura de produção existente na freguesia é dividida em Azenhas (roda vertical)/ Moinhos (roda horizontal) de água para a produção de farinha de milho e trigo e Lagares de Azeite, sendo o mais antigo o Lagar de Casal de Baixo. Existe também referência de uma casa de fabrico de granadas antes da existência das Ferrarias do Prado.
Levada, Nora, Picota ou Cegonha e Roda são mecanismos que o homem construiu para a rega da horta.
Fornos de cal também existiram na nossa freguesia, locais onde era transformado o calcário e ainda forno de telha e tijolo.
Fornos de cal também existiram na nossa freguesia, locais onde era transformado o calcário e ainda forno de telha e tijolo.
Mecanismos que fazem parte da vida rural, fundamentais para a economia e alimentação local.
Todos estes elementos que fazem parte da arquitetura de produção, estão na sua maioria no estado de abandono/ruína, onde ainda é possível visualizar as suas caraterísticas principais, mas tendo sempre em atenção que se encontram em propriedade privada. O seu acesso, é feito por pequenos caminhos (carreiros) normalmente bem visíveis sem prejudicar o cultivo que se encontra à sua volta.
1 - Arieiro - Luís Matos Viegas
Coordenadas: N 39˚38 W 008˚24
Localização/Descrição: Junto ao rio Nabão, Casal das Várzeas. Um existiu entre 1950 e 1970, o outro entre 1955 e 1965. A localização não é exata, pois encontram em terreno privado, logo o o seu acesso é limitado, a sua visualização poderá ser feita dentro do rio.
2 - Arieiro - Paulino da Póvoa
Coordenadas: N 39˚38. 970' W 008˚24.729'
Localização/Descrição: Junto ao rio Nabão, funcionou entre 1966 e fins de 1975. No início era tudo manual, depois é que se fez a construção atual, onde tinha areia de 4 qualidades. O seu acesso pode ser limitado, pede-se que respeite o campo cultivado.
Novembro 2014 |
Novembro 2014 Boca de saída da areia para o transporte |
Novembro 2014 - Acesso do transporte |
3 - Arieiro - Prado
Coordenadas: N 39˚38. 633' W 008˚23.975'
4 - *Azenha e Lagar do Curto
Coordenadas: N 39˚40.730’ W 008˚23.362’
Localização/Descrição: Azenha e Lagar do Séc. XVII, situa-se junto à ribeira da Fervença, perto do Carvalhal.
"Em 24 de Janeiro de 1660 foi dada sentença contra o rendeiro do Moinho do Curto, que é das Religiosas de Santa Iria" (Rosa, História de Tomar VOLII, 1982).
5 - Azenha - Porto de Cavaleiros
6 - Ferrarias - Sobreirinho
Coordenadas: N 39º 41' W 008º25'
Localização/Descrição: No cruzamento entre sobreirinho e Lapas, edifício onde dizem ter-se fabricado granadas e morou a Rainha (?), que depois passou a funcionar no Prado.
"As arenitos do veio Aveiro - Tomar, onde "mergulham" nos terrenos sedimentares mais modernos, dão lugar àquele saibro vermelho, que os nossos pedreiros usam na argamassa em vez da areia, costume tão peculiar em Tomar e, que ricas, em ferro, alimentaram as ferrarias do Prado e de São Lourenço." retirado do livro de Amorim Rosa - História de Tomar VOL I. Esta citação poderá explicar a sua existência, pois nos nossos terrenos existe este saibro (?)
7 - Ferreiro - Carvalhal
Coordenadas: N 39º 41.528' W 008º25.454'
Localização/Descrição: No Carvalhal, apenas fica o registo do local, que agora nada tem a ver.
8 - Ferreiros - Fetal - 2
Coordenadas: N 39º 41 W 008º25.
Localização/Descrição: Rua dos Ferreiros - Fetal, existiam dois, o que se encontrava mais a Norte - Manuel Calhau - passou a trabalhar e a viver na Póvoa.
9 - Ferreiro - Póvoa - 2
Coordenadas: N 39º 41 W 008º25
Localização/Descrição: Póvoa, um era o Sr. Manuel Calhau do Fetal e o outro ferreiro trabalhava na rua Direita nº 16.
10 - Forno de Cal - Carqueijal
Coordenadas: N 39º 39.870' W 008º25.434'
Localização/Descrição: Contra-Encosta do lado direito da ribeira do Fetal, Forno de Cal em ruínas.
11 - Forno de Cal - Carqueijal
Coordenadas: N 39º 39.683' W 008º25.732'
Localização/Descrição: Encosta esquerda do rio Nabão, Forno de Cal em ruínas, funcionou até 1935.
13 - Forno de Cal - Porto de Compadre
Coordenadas: N 39º 40.338' W 008º25.508'
Localização/Descrição: Do lado direito do caminho para Porto Compadre, Forno de Cal em ruínas onde ainda se vê a porta do forno, funcionou até 1935.
14 - Forno de Telha e Tijolo - Porto de Compadre
Coordenadas: N 39º 40.372' W 008º25.784'
Localização/Descrição: Junto ao caminho que vai dar ao Porto Compadre, as ruínas estão cobertas de vegetação, nos anos 30 já há referência da sua existência.
15 - *Lagar do Casal Velho e Moinho
Coordenadas: N 39˚40.184’ W 008˚23.710’
Localização/Descrição: junto à ribeira da Fervença no Casal Velho ou Casal de Baixo, Lagar de Azeitona. É o lagar mais antigo da freguesia – o seu dono em 1971 era o Sr. Manuel Pereira - Pianã. Pode-se ainda observar as tulhas em cimento (local onde se recebia a medura de azeitona), o moinho do lagar com as duas mós de pedra para triturar a azeitona dentro de tanque de folha em forma de alguidar, duas prensas hidráulicas para enceirar a massa da azeitona …
Cancioneiro da Apanha da Azeitona–Fetal de Baixo
Namorados da Azeitona
São como os da cotovia
Acabada é a azeitona
Fica-te com Deus Maria
Adivinha
Do tamanho de uma abelha, Enche a casa até à telha
16 - Lagar da Fervença
17 - Lagar do Pereiro
18.1 - Lagar da Póvoa
Coordenadas: N 39˚39.914’ W 008˚24.267’
Localização/Descrição: Estrada Principal da Póvoa. Funcionou até aos anos 90.
18.2 - Lagar da Póvoa
Coordenadas: N 39˚39.896’ W 008˚24.011’
19 - Lagar dos Vales
Coordenadas: N 39˚41.182’ W 008˚24.392’
Localização/Descrição: Vales. Aqui a moagem já é feita através de martelos de aço inoxidável em substituição das antigas mós de pedra.
Localização/Descrição: Vales. Aqui a moagem já é feita através de martelos de aço inoxidável em substituição das antigas mós de pedra.
20 - Levada de água
Localização/Descrição: o seu percurso, inicia-se pouco depois da Azenha do Curto, passa pelo “Vale da Marinha”, Casal Velho, Fervença, Póvoa e termina na Milheira. A levada é um canal de circulação de água, está construída em pedra calcária da região embora algumas partes já se encontrem restauradas com cimento. As levadas tinham como principal função encaminhar a água para as terras hortícolas e força motriz dos moinhos de água. Há dias estipulados para cada zona, embora hoje em dia são poucos os que cultivam. Quando a água não era necessária e esta não se encontrava barrada no açude, proporciona umas pequenas cascatas como se vê nas imagens. Em alguns locais da levada podem-se ver lagostins. As imagens que seguem são uma pequena amostra da levada, também se pode observar como eram feitos os acessos às hortas, quando estas se encontram no piso superior.
Levada com a passagem e escada de acesso aos terrenos cimeiros |
Acesso fechado à levada de água que segue a seguir ao açude da Póvoa |
21 - Moinhos de água - Casal das Várzeas
22 - *Moinhos de água - Fervença
Coordenadas: N 39˚40.098’ W 008˚23.769’
Localização/Descrição: na Fervença, segue-se a rua dos Moinhos até à ribeira. Um moinho era do Manuel Silva (pai de António Silva – avô do Amorim, Ermelinda e Firmo), o outro moinho era do Preto (alcunha).Moinhos de água de roda horizontal, recebiam a sua força motriz da levada de água da ribeira. Moinhos de duas pedras, no Inverno moía milho, no Verão trigo.
23 - Moinhos de água - Milheira
24 - Moinhos de água - entre Porto de Compadre e Porto de Cavaleiros
Coordenadas: N 39˚40 W 008˚23
Localização/Descrição: Junto ao rio Nabão, ainda não foi localizado no terreno, Sr. Hilário sabe da sua existência.
25 - Moinhos de água - Porto Compadre
Coordenadas: N 39˚40.372’ W 008˚23.784’
27 - Moinhos de água - Prado (em atualização)
Coordenadas: N 39˚xx.xxx’ W 008˚xx.xxx’
Localização/Descrição: Prado, junto ao rio Nabão.
Coordenadas: N 39˚xx.xxx’ W 008˚xx.xxx’
Localização/Descrição: Prado, junto ao rio Nabão.
28- Nora
Localização/Descrição: Localiza-se na Póvoa perto da Ribeira da Milheira, fica ao lado do caminho entre o Cairrão e as Sepulturas escavadas na Rocha. Propriedade privada.
A nora possuí uma haste horizontal (cambeão do engenho) acoplada a um eixo vertical que por sua vez está ligado a um sistema de rodas dentadas. Este sistema faz circular um conjunto de alcatruzes entre o fundo do poço e a superfície. Os alcatruzes descem vazios, enchem-se no fundo do poço, regressam e quando atingem a posição mais elevada começam a verter a água numa calha que a conduz para horta ou para pequenos tanques de pedra. É um engenho de tração animal (burro ou mula com os olhos tapados de lado), o qual é preso à haste horizontal e em movimentos circulares vai retirando a água do poço. Vieram substituir as picotas ou cegonhas.
29 - Pedreiras
Coordenadas: N 39˚40.139’ W 008˚24.679’
Localização/Descrição: Situam-se um pouco por toda a freguesia, nomeadamente no Barreirão, Murinhal, Relvancha, Vale das Aroeiras e Vale Venteiro; são zonas onde a existência de cabocos ou barrocos permitia a sua extração, depois retirada em locais a 4 bois. a pedra saiu para a construção de levadas, escola do Fetal, barragem do Castelo de Bode, edifício da Caixa Geral de Depósitos em Tomar que era antigamente do lado direito da Igreja de São João Batista. A exploração começou pelo menos em 1935 pelo pessoal da Pedreira que vinha pelas Lapas e terminou nos anos 60, pois era mais rentável a pedra vinda de Fátima. Além da exploração também há referência de haver uma barraquita para acabamentos.
30 - Picota ou Cegonha
Coordenadas: N 39˚ 41.243’ W 008˚ 24.684’
Localização/Descrição: Situa-se ao lado da Travessa da Lagoa no Vale do Poço. Em baixo encontra-se o desenho do mecanismo completo, esta imagem foi retirada do livro "À procura da tua História – Freguesia da Serra” de Ada Fernandes Brito, na Serra davam o nome de gaivota ou balança, aparelho de elevação de água, constituído por uma vara oscilante sobre uma forquilha, base de pedra os braços em madeira, onde se colocava numa ponta um balde e na extremidade oposta um contrapeso de pedra, era um movimento que dependia muito da força da pessoa que accionava a alavanca, daqui saia água para regar as hortas.
31 - Roda Hidráulica
Coordenadas: N 39˚ 39.388’ W 008˚ 24.542’
Localização/ Descrição: Localiza-se no rio Nabão entre as Lapas e o Sobreirinho junto a terreno hortícola, o acesso terá de ser feito pela linha de água ou dentro do rio. Arquitetura agrícola, utilizada para elevar a água dos rios, o seu destino é a irrigação dos campos hortícolas. A força da corrente concentra-se numa única estreita saída, que movimentava a roda através das pás, feita por carpinteiros com madeira de pinheiro ou carvalho. Os alcatruzes presos aos arcos desta roda são de folha.
32 - Tanques
Localização/Descrição: em praticamente todas as habitações do início do séc. XX ao lado do poço (depósito de água – construído em pedra calcária, normalmente a baixo do nível do solo, para aproveitamento das águas da chuva), também ainda se encontram isolados em terrenos de cultivo, para assim as pessoas poderem regar as suas hortas ou dar de beber aos animais.
Arquitetura Industrial
A arquitetura industrial que existiu na nossa freguesia foi apenas a conhecida Fábrica de Papel do Sobreirinho que se situa junto à conhecida praia dos Tezos e uma pequena cerâmica.
Fábrica e Azenha do Sobreirinho
Coordenadas: N 39˚39.238’ W 008˚24.638’
Localização/Descrição: Junto ao rio Nabão. Segundo o livro Nabão refere "ter conhecimento de nele ter havido uma moenga particular, que ainda existia em 1845".
A sua existência é pelo menos desde Fevereiro de 1874, pois é nesta altura que aparece a primeira referência à mesma, empregava 54 operários, sendo 21 homens e 33 mulheres, a maioria do lugar da Póvoa. Seis anos depois, 25 de Abril de 1882, a Companhia do Papel do Prado comprou-a a António dos Santos Monteiro. Foi pouco depois fechada e retirada os seus maquinismos rudimentares. Parece que a Companhia do Papel do Prado a comprou apenas para evitar que ali se estabelecesse uma concorrente. Voltou ali a funcionar uma azenha (Rosa, História de Tomar VOLII, 1982).
Em 1874 e 1875, era seu administrador Silvério da Costa Gonçalves. Mas em 25 de Abril de 1876 pertencia a João Delgado da Silva. livro Nabão
A sua existência é pelo menos desde Fevereiro de 1874, pois é nesta altura que aparece a primeira referência à mesma, empregava 54 operários, sendo 21 homens e 33 mulheres, a maioria do lugar da Póvoa. Seis anos depois, 25 de Abril de 1882, a Companhia do Papel do Prado comprou-a a António dos Santos Monteiro. Foi pouco depois fechada e retirada os seus maquinismos rudimentares. Parece que a Companhia do Papel do Prado a comprou apenas para evitar que ali se estabelecesse uma concorrente. Voltou ali a funcionar uma azenha (Rosa, História de Tomar VOLII, 1982).
Em 1874 e 1875, era seu administrador Silvério da Costa Gonçalves. Mas em 25 de Abril de 1876 pertencia a João Delgado da Silva. livro Nabão
Cerâmica Vales Silva & Silva
Coordenadas: N 39˚40.917’ W 008˚24.381’
Por foavor,
ResponderEliminarQuando fala sobre a fábrica do Sobreirinho faz referência a uma bibliografia
"Segundo o livro Nabão refere "ter conhecimento de nele ter havido uma moenga particular, que ainda existia em 1845"!".
Poderia me passar a referência deste livro Nabão
Obrigada