Plantas da terra

Esta página pretende mostrar as diferentes plantas que encontramos na nossa freguesia e dar a conhecer as suas caraterísticas e origem, curiosidades, propriedades, indicações habituais, formas de utilização, floração ..., baseados em livros, artigos científicos e outros (que na minha opinião serão válidos, pois tem de certeza algo a acrescentar - nomeadamente pela sua prática).

Papoila
Papaver rhoeas
Papaveraceae

Características e origem: O género Papaver é constituído por cerca de 100 espécies de plantas, anuais, bianuais ou vivazes, das regiões temperadas a frias da Eurásia, África e América do Norte. Em Portugal são espontâneas meia dúzia de espécies, que genericamente são chamadas de papoilas, mas têm designações mais específicas como, por exemplo, papoila-das-searas (P. rhoeas), papoila-longa (P. dubium), papoila-peluda (P. hybrida), papoila-de-folhas-fendidas (P. pinnatifidium), papoila-branca ou dormideira-brava (P. setigerum).
À papoila associamos usualmente a cor vermelha (desde muito escuro a desbotado), embora, conforme a espécie, possa ir do branco, amarelo-limão da árctica P. laestadianum, amarelo torrado da californiana P. californicum, à enorme diversidade verificada nas formas de jardim.
Curiosidades: O despontar das papoilas nos campos é um sinal do aproximar da Primavera e dos dias luminosos e quentes do Verão. Como símbolo de amor e vida está presente nos ramos do dia da espiga (quinta-feira da Ascensão). Muitos pintores foram atraídos pela beleza dos vastos campos de papoilas rubras, como bem exemplificam os célebres quadros de Monet e de Van Gogh.
Propriedades e indicações habituais: A papoila é cultivada como ornamental desde 5000 a.C. (na Mesopotâmia). Está representada nos túmulos egípcios, e os gregos dedicaram-na a Deméter, deusa da fertilidade e agricultura, e associaram-na a Hipnos, Nix e Tanatos (respectivamente deuses do sono, da noite e da morte), em consequência das suas propriedades medicinais conhecidas desde longa data. Em algumas ilhas gregas as mulheres velhas usavam-na num processo eutanásico de aceleração da morte. Hipócrates descreveu o látex da papoila como narcótico, hipnótico e de efeitos purgativos, mas também reconheceu interesse alimentar às suas sementes (hoje de uso em certos tipos de pão). O alcalóide roeadine das flores da papoila-das-searas é um sedativo ligeiro, mas particularmente rica em alcalóides de efeito narcótico é a papoila-dormideira (P. somniferum), já usada pelos povos neolíticos da Europa e que os Sumérios -da-alegria. O seu látex seco constitui o ópio, que contém 10 a 20 % de alcalóides, os mais abundantes sendo a morfina, a codeína e a narcotina.
Papaver somniferum, de onde o Ópio é obtido. Foto: df028 / Shutterstock.com
O ópio tem originado diversas convulsões e guerras, como a que opôs a China a Inglaterra e França, no século XIX, ou o mais recente conflito no Afeganistão. designavam por planta Austrália, Turquia e Índia, são os principais produtores de ópio para fins medicinais, sendo os principais transformadores, EUA, Reino Unido, França, Austrália e Hungria.
Note-se, todavia, que a produção ilegal de ópio suplanta, largamente, a legal.

Floração: Fevereiro a Setembro.

Utilizações:
Infusão (10minutos):
10g de pétalas por litro de água, 3 chávenas por dia, em caso de nervosismo ou erectismo cardíaco do adulto.
20g por litro no adulto e 10g na criança. 1 chávena depois do jantar e 1 ao deitar em caso de perturbações do sono. 3 chávenas distribuídas ao longo do dia, em caso de tosse.
Referência Bibliográfica:
GUIA PRÁTICO DE REMÉDIOS E TRATAMENTOS NATURAIS, Seleções do reader’s Digest, SA, 1996, 972-609-149-7


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