Património Arqueológico

De acordo com a legislação portuguesa, o património arqueológico é constituído por todos os vestígios, bens e outros indícios da evolução do planeta, da vida e dos seres humanos, cuja preservação e estudo permitam traçar a história da humanidade e a sua relação com o ambiente, nomeadamente os obtidos no âmbito de atividade arqueológica como disciplina científica.

O património arqueológico integra depósitos estratificados, estruturas, construções, agrupamentos arquitetónicos, sítios valorizados, bens móveis e monumentos de outra natureza, bem como o respetivo contexto, quer estejam localizados em meio rural ou urbano, no solo, subsolo ou em meio submerso, no mar territorial ou na plataforma continental.

O património arqueológico é património nacional, uma vez que constituem testemunhos com valor de civilização ou de cultura, portadores de interesse cultural relevante e refletem valores de memória, antiguidade, autenticidade, originalidade, raridade, singularidade, ou exemplaridade, competindo ao Estado proceder ao seu arquivo, conservação, gestão, valorização e divulgação.

http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/patrimonio-arqueologico/


"Há muito já que as cavernas deixaram de ser somente a fonte de superstições e de terrores que a imaginação popular povoa de mistérios e de perigos para serem também um curiosíssimo objeto de estudo que interessa ao cientista de vários ramos da História Natural: ao geólogo, a quem preocupa o problema do seu modo de formação e evolução; ao hidrólogo, para qual a sua exploração direta ou indireta é uma parte indispensável do estudo da circulação e regime das águas nos terrenos calcários; ao paleontólogo e ao pré-historiador, que nelas encontram conservados os restos ou vestígios de espécies e raças hoje extintas, de indústrias e artes desaparecidas; ao mineralogista fornecem as cavernas espécimenes de curiosos e raros minerais e oferecem o laboratório em que continuam a formar-se; ao meteorologista e ao físico do Globo prestam preciosas observações; o biólogo, e sobretudo o zoólogo, vão lá achar formas especialíssimas pelas suas adaptações ou pelos carateres arcaicos, verdadeiros fósseis vivos, reveladores de antigas faunas há muito banidas da superfície e contemporâneas de condições climáticas bem diferentes das atuais."(1)

Segue uma apresentação de algum do património arqueológico existente na União de Freguesias de Além da Ribeira e Pedreira, a descrição é fundamentada através da Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar - Arqueologia 2016, as fotografias existentes foram tiradas pelo Nuno Ferreira, as coordenadas usadas são WGS84, o património arqueológico que não tem fotografia, é porque ainda não lá fui. O Sr. Hilário Guia tem sido uma ótima fonte de informação e crítica e por esse motivo leva-me a ser cada mais rigorosa no que apresento.

Buraca ou Gruta das Andorinhas

CoordenadasWGS84: N39.64994, W-8.414425

Localização: Na estrada de terra batida que liga a Pedreira ao Cadaval, antes da Fonte da Romã, corta-se à esquerda por um carreiro, junto ao ribeiro. A gruta situa-se no meio do matagal.

Caracterização: Numa pequena ação de desentulhamento de uma galeria, achou o Núcleo de Espeleologia do CEPPRT diversos materiais inseríveis na Pré-história. Oosterbeek diz que esta gruta se insere no Neolítico Antigo cardial ou de tradição cardial. Zilhão indica a existência de materiais pré e proto-históricos.


Cronologia: Neolítico Antigo e Final (?), Idade do Bronze e Idade Média. 

Fonte: Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Arqueologia 2016
jun08 - Nuno Ferreira
jun08 - Nuno Ferreira

Fissura da Azenha Velha 

CoordenadasWGS84: N39.672503 W -8.429772

Localização: Seguir ao longo da margem esquerda do rio Nabão, até ao local onde se encontram as ruínas de um antigo moinho, a fissura localiza-se atrás do mesmo.

Caracterização: Trata-se de uma fissura muito estreita localizada a poucos metros do Rio Nabão, onde é visível um depósito de argilas avermelhadas, onde está contida fauna quaternária. A sua acumulação deve ser de origem animal dada a reduzida dimensão da fissura. 

Cronologia: Paleolítico Superior

Fonte: Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Arqueologia 2016

Gruta do Cadaval 

CoordenadasWGS84: N39.65918' W-008.4201463' 

Localização/Descrição: Situa-se na margem direita do Nabão, em direção ao Cadaval atravessa a ponte no Sobreirinho e vira no primeiro caminho à direita (tem de ir a pé) e cerca de 3 km depois à esquerda no cimo (vê-se terra mexida. Este acesso também se pode fazer por cima da gruta, ou seja, passando o Cadaval, existe um carreiro à direita e mais ou menos 1,5 km aparece um carreiro à direita é só seguir o pisado..

Caracterização: Gruta com ocupação pré-histórica, apresenta forma de saco com larga entrada, e é constituída essencialmente por duas salas dispostas em escada e separadas suplementarmente por um muro construído por pastores, para defesa dos seus rebanhos. Foi escavada de 1983 a 1988 sob a direção dos arqueólogos Ana Rosa Cruz e Luiz Oosterbeek. 1983 - Foram escavadas seis camadas denominadas de A a F. A camada A é uma ocupação bastante recente, com alguns materiais romanos; a camada B revelou um conjunto estruturado de grandes blocos de calcário e cascalheira, formando uma pequena cavidade de 20/30 cm2 preenchida por cinzas, carvões, argila cozida, calhaus fraturados pelo fogo e escória de ferro, não anterior à Idade do Bronze - esta camada pode ser subdividida em duas: a camada C revelou um complexo sepulcral, associando ossos humanos a cerâmica de tipo campaniforme (Calcolítico Final); as camadas D e E são atribuíveis respetivamente ao Neolítico Final e Médio. Clarificação da sequência estratigráfica diferenciada observada nas sondagens independentes das salas 1 e 2: assim, foi escavada a camada F, que revelou a existência de urna camada plistocénica. Confirmação da existência de três horizontes culturais diferenciados. A camada B encerra uma estrutura de combustão e corresponde a uma ocupação temporária da gruta durante o Bronze Final/Ferro; a camada C é um contexto sepulcral coletivo do Calcolítico pré campaniforme; a camada D é um contexto sepulcral de sepulturas individuais integráveis do Neolítico Médio ao Calcolítico Inicial. 1987 - A escavação revelou a existência de urna camada conservada entre o remeximento (camada A) e a Idade do Bronze (camada B), que foi designada A3. Nesta camada surgiram moedas romanas permitindo datar as cerâmicas de roda encontradas neste estrato. A camada C do Cadaval (Calcolítico Final) revelou a tumulação coletiva de cerca de 10 indivíduos. A recolha de cerca de 4 000 fragmentos de cerâmica permitiu reconstituir 91 vasos. As cerâmicas da camada B podem ser integradas globalmente no Bronze Final ou na transição para a Idade do Ferro, segundo Paulo Félix. Este último momento é sugerido pelo vaso de "perfil em S" ainda de fabrico manual, e pela presença de escória de ferro na estrutura de combustão (identificadas em 1993 por Craig Merideth), tornando este contexto, paralelamente à gruta da Avecasta, da máxima importância para a caracterização e compreensão da transição Bronze/Ferro nesta região.

Cronologia: Neolítico Médio, Calcolítico, Bronze Final e Ferro e Tardo-Romano. 

Fonte: Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Arqueologia 2016

28mar21 - Nuno Ferreira
28mar21 - Nuno Ferreira


Gruta do Caldeirão 

CoordenadasWGS84: N39.647032' W-8.416211' 

Localização: Na estrada Pedreira - S. Simão, corta-se à direita por estrada de terra batida. Pouco depois corta-se novamente à direita até ao cimo do Alto do Caldeirão. A gruta situa-se na encosta voltada a este, a meio do afloramento calcário.

Caraterização: A Gruta da Raposa ou do Texugo, hoje conhecida por Gruta do Caldeirão é uma exsurgência fóssil, prolongamento final da galeria em meandro conhecida por Algar do Caldeirão. Trata-se de uma estreita galeria, também meandriforme, constituída por 4 segmentos principais, de tamanho desigual e constituídos sobre duas redes de diaclases perpendiculares, de orientação aproximada norte/sul e este/oeste. Quase colmatada até ao topo (no início dos trabalhos tinha cerca de 1 m de altura), apresenta um desenvolvimento total de 19 m e cerca de 7 m de altura no fundo da gruta. Foi objeto de escavações arqueológicas, de 1979 a 1988, orientadas pelo arqueólogo João Zilhão. De uma enorme importância para o conhecimento do Paleolítico Superior Português (Solutrense) e Neolítico Antigo, bem como das alterações climáticas verificadas durante o Würm. O Solutrense divide-se em 6 camadas (Eb, Fa, Fb, Fc, H e I), cronologicamente situados à volta de 22 000 B.P. O clima alternaria entre períodos frios e períodos húmidos, cujo reflexo se pode observar nas camadas arqueológicas: assim, as camadas Fb e Eb estariam sob a influência de um clima mais moderado e são as únicas que contêm restos de javali (e no caso da Eb, também de corço e castor) e não contêm restos de cabra-montês; nas camadas H e Fa, sob influência de clima mais rigoroso aparece a cabra-montês e não as outras espécies de clima moderado. Na ocupação da gruta, no longo período de tempo compreendido entre o princípio e o fim do Solutrense, parecem ter-se verificado diferentes estratégias de caça: tendência para a especialização da caça ao veado e o aumento crescente de restos de coelhos nos depósitos das camadas Fa e Eb. Gruta com possível ocupação pré-solutrense, mas do Paleolítico Superior. A gruta foi ocupada a partir Paleolítico Médio, de forma episódica, tendo a gruta funcionado essencialmente como habitat de grandes carnívoros, especialmente a hiena. Durante o Paleolítico Superior foi utilizada como abrigo temporário de pequenos grupos de caçadores que caçavam o veado, a cabra-montês, o cavalo, o auroque, a camurça e o coelho. No Neolítico foi utilizada como necrópole: no Neolítico Antigo (5500 a 4500 a.C.) foram aí depositados os corpos de 16 indivíduos, acompanhados de cerâmica decorada, objectos de adorno e utensílios de pedra. A escavação da gruta permitiu obter elementos significativos para a definição dos diferentes climas durante o Würm na Estremadura, ajustáveis à crono[1]estratigrafia do Würm recente estabelecida na Região Cantábrica e no Sudoeste de França. As camadas do Neolítico revelaram a existência de animais domesticados (ovicaprídeos e bovídeos).

Cronologia: Paleolítico Médio, Paleolítico Superior, Neolítico, Calcolítico, Idade do Bronze e Ferro, Romano, Visigótico, Medieval e Época Moderna. 

Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Património Arquitetónico 2016



2008 - Nuno Ferreira


Gruta do Morgado

CoordenadasWGS84: N 39.65957’ W008.4201463’ 

Localização: Situa-se na margem esquerda do Nabão, a partir dos Casais Novos segue-se por caminho de pé posto em direção ao rio Nabão, paralelamente à Ribeira do Fetal. Atravessa-se a ribeira na sua foz e sobe-se o afloramento até meia encosta. Este acesso também se pode fazer por cima da gruta, pois até foi aberto um novo caminho de terra batida. 

Caraterização: Gruta localizada em 1986, que corresponde a uma grande cavidade subterrânea que devido ao recuo da corrente do Cabeço do Morgado sobre a Ribeira do Fetal (associada numa primeira fase ao encaixamento do vale e posteriormente devido a fenómenos de gelifracção) possui actualmente duas entradas. Na base da vertente na cota de 90 m, abre-se uma galeria ascendente, designada por Gruta do Morgado Inferior e onde foram recolhidos à superfície fragmentos cerâmicos atribuíveis a ocupações do Bronze Final. A abertura onde foi realizada a sondagem, é designada por Gruta do Morgado Superior, constituindo parte do mesmo sistema cársico, e que funcionou durante o Holocénico Inicial como um abrigo sob rocha. Ocupação de inícios/meados do 3º milénio, com inumações coletivas. Detetou-se também um acampamento do séc. XIX. 

Cronologia: Neolítico Final, Idade do Bronze Final 

Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Património Arquitetónico 2016

De acordo com informação do Sr. Hilário Guia a designação de Morgado deve-se à alcunha do proprietário deste terreno (21nov20).
21nov20 - Nuno Ferreira

21nov20 - Nuno Ferreira


 Gruta dos Morcegos


Coordenadas WGS84: N 39.65956, W-8.41778 

Localização: Quando se chega aos Casais Novos, corta-se à direita por um carreiro que vai para o rio. A gruta situa-se a meia encosta, voltada para oeste. 

Caraterização: É uma gruta horizontal do Paleolítico Superior. Tem grande interesse bio espeleológico com uma grande colónia de morcegos e de fauna cavernícola, devendo ser evitada a sua visita nos meses de Março a Novembro. Atualmente encontra-se vedada (Centro de Estudos e Proteção do Património da Região de Tomar, 1997).

Cronologia: Paleolítico e Neolítico 

Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Património Arquitetónico 2016
jul13 - Nuno Ferreira

jul13 - Nuno Ferreira

Cronologia: Paleolítico e Neolítico 


Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Património Arquitetónico 2016

Gruta/Lapa dos Ossos

Coordenadas WGS84: N 39.65878, W -8.41732 

Localização: Quando se chega aos Casais Novos, corta-se à direita, por um carreiro que desce para a borda do rio. Depois corta-se à esquerda, situando-se a gruta junto ao caminho, do lado esquerdo.


Caraterização: A cavidade apresenta-se com uma sala única atravessada por uma daiclase. É uma necrópole do 3ºmilénio a.C. e corresponde ao início das tumulizações coletivas, que se sucedem às primitivas inumações individuais do Neolítico antigo e médio. (Carlos Veloso e Salete da Ponte, 1992).

Trata-se de uma necrópole do 3º milénio a.C., escavada entre 1986 e 1989, sob a direção dos arqueólogos Luiz Oosterbeek e Ana Rosa Cruz. Esta necrópole permitiu a reconstituição de um complexo ritual funerário: após a inumação no fundo da gruta, os ossos foram levantados e redepositados à entrada, em ossuário, acompanhados por diversos materiais cerâmicos e osteológicos. Corresponde ao início das tumulações coletivas, que conhecerão o seu maior desenvolvimento no Calcolítico. 1986 - Foram escavadas três camadas, correspondendo a camada 1 ao ossário neolítico apresentando a arrumação de 7 crânios no sector SW. 1987 - O ossário do Neolítico Final/Calcolítico Inicial estende-se numa área de 6/7 m2. Reconheceu-se a existência de 14 indivíduos. 1988 - Foram aprofundadas algumas zonas, clarificada a estratigrafia e o ritual de inumação. No final dos trabalhos a cavidade foi protegida com uma parede de tijolo e porta gradeada, colocada pela Câmara Municipal de Tomar. 

Cronologia: Neolítico Final 

 Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Património Arquitetónico 2016


jul13 - Nuno Ferreira

jul13 - Nuno Ferreira


Gruta da Nossa Senhora das Lapas


Coordenadas WGS84N39.65967, W-8.41532

Localização: Partindo dos Casais Novos, desce-se em direção à fonte. A meio do caminho (a meio da ravina) corta-se à direita por uma vereda. A gruta fica a cerca de 50 m, do lado de cima da vereda.

Caraterização: Detetadas 4 camadas (A,B,C,D). Só a camada A forneceu contextos arqueológicos, sendo as restantes arqueologicamente estéreis. O espólio é coerente e associável a tumulações do Calcolítico Campaniforme (cerâmica linear-pontilhada, artefactos em cobre, adornos e indústria lítica associada a esta periodização) Em 1989 pôs-se a descoberto uma provável passagem para uma segunda sala da cavidade. A tipologia dos materiais recolhidos é similar aos da campanha anterior. Contudo, no que respeita aos materiais cerâmicos, estes apresentavam as arestas boleadas pelo que não foi possível reconstituir as suas formas. Em 1990 foi escavado um conjunto de cinco quadrículas, de modo a definir uma estrutura artificial pétrea sepulcral encontrada em 1989. Tratava-se afinal de duas estruturas geminadas de aparelhamento simples (pedra solta). Provisoriamente associa-se a estas sepulturas todo o espólio encontrado, e cuja cronologia aponta para o início do IIº milénio a.c.. Em 1992 detetou-se outro nível arqueológico (camada B), associada às estruturas sepulcrais e respetiva inumação para a qual se obteve agora datação radiocarbónica correspondente ao Neolítico Antigo Evolucionado. Surgiu também outra estrutura sepulcral que corta a camada B em fossa, datada provisoriamente, apenas por correlação estatigráfica e associação ao espólio, da transição Calcolítico Final/Id.do Bronze, quando terá sido inumado um indivíduo de cócoras presumivelmente com o crânio a descoberto, à superfície. Em 1994 confirmaram-se os três momentos de ocupação da gruta: 1º ocupação do Neolítico Antigo Evolucionado associada a uma cintura pétrea de sepultura individual datada por radiocarbono (base da Camada B); 2ª ocupação do Neolítico com uma sepultura individual em fossa, também datada por radiocarbono (topo da camada B); 3ª ocupação do final do Calcolítico definida por critérios tipológicos (machado plano de cobre e cerâmica campaniforme) (camada A). Por ação de remeximentos vários, continua todavia por esclarecer a associação individualizada da maioria dos artefactos em relação a cada uma das ocupações. Em 1999 colocou-se uma estrutura de proteção, passível de ser integrada em circuitos controlados de visitas de estudo. Datações de rádio-carbono sugerem a existência do Neolítico Antigo de tradição cardeal nesta gruta. Existência de tumulações individuais e complexas datadas dos finais do 32 milénio/ inícios do 22 e que indiciam o aparecimento do Bronze Inicial. Tumulações do Calcolitico Final.

Cronologia: Neolítico Antigo e Calcolítico

Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Arqueologia 2016

  

jul13 - Nuno Ferreira

Gruta da Pedreira do Sobral

CoordenadasWGS84: N 39.662909, W -8.435503

Localização: Na estrada Tomar-Agroal, corta-se para o Sobral. Aí chegados, segue-se a estrada de terra batida ao longo do Vale Freixo e do ribeiro, até chegar à pedreira do Sobral. 

Caraterização: Trata-se de uma pequena gruta arredondada, quase no topo da pedreira, cujo fundo foi rompido pela exploração de pedra calcária. A entrada encontra-se entulhada e está virada a norte. 

Cronologia: Neolítico 

Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Património Arquitetónico 2016

Gruta da Penha da Moura

CoordenadasWGS84: N 39.65822, W -8.40974 

Localização: Situa-se na encosta da margem esquerda do Nabão, no caminho direção Sobreirinho - Lapas, a segunda fotografia mostra por onde subimos.

Caraterização: Cavidade na área dos canteirões do Nabão. Gruta utilizada como necrópole no Neolítico, onde se detetou a deposição de ossadas humanas e material lítico.

Cronologia: Neolítico Final

Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Património Arquitetónico 2016

nov20 - Nuno Ferreira
 nov20 - Nuno Ferreira


Gruta/Lapa do Vale do Freixo II

Coordenadas WGS8439.662865, W -8.431716

Localização: Na estrada Tomar-Agroal, corta-se para o Sobral. Aí chegados, segue-se a estrada de terra batida ao longo do Vale Freixo e do ribeiro, até chegar à pedreira do Sobral. A gruta situa-se um pouco mais à frente, quase junto ao Nabão, do lado direito, a meio da ravina, quase em frente da do Freixo I.

Caraterização: Trata-se de um conjunto de exsurgências fósseis, com provável ocupação humana.

Cronologia: Neolítico 

 Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Património Arquitetónico 2016

Povoado da Fonte Quente

CoordenadasWGS84: N39.621037' W-8.414183

Localização: Na estrada Tomar-Pedreira, do lado esquerdo, antes do Açude de Pedra. 

Caracterização: Camarate França localiza neste terraço fluvial, em 1946, uma estação paleolítica de superfície, onde Mêndia de Castro encontrou, entre o depósito de água e a Carreira de Tiro, vários instrumentos líticos de quartzito, classificados por Zbyszewski, como sendo do Paleolítico Inferior e do Mesolítico. O mesmo investigador refere um tholos naquele local e Oosterbeek sugere que o monumento nunca existiu, sendo de facto um povoado. Realização de sondagens numa formação quaternária incluída no complexo de terraços fósseis do Nabão, por João Zilhão, em 1982. O interesse das mesmas decorre do aparecimento de material paleolítico no talude da estrada, num nível com vestígios de fauna. O local do depósito de água foi alvo de escavações arqueológicas. Foi escavado nos anos 1988 e 1989. Povoado do Calcolítico Final, com muralha pouco significativa. A primeira notícia deste local refere o aparecimento de um machado de cobre numa fenda de uma rocha, junto à Fonte Quente, quando se construía a estrada do Prado. Camarate França indica aqui a existência de uma necrópole megalítica. Mendes Correia (1950) refere tratar-se de uma estação neolítica. O jornal "Diário da Manhã", de 23--5-1946, refere tratar-se de um castro neolítico onde se fizeram vários achados. Mêndia de Castro não achou vestígios da referida necrópole megalítica, mas encontrou vestígios do povoado. Este tinha cerca de 10 hectares de superfície. A sondagem efetuada junto à muralha de pedra seca, com cerca de 2,5 m de largura, revelou cerca de 10 vasos de cerâmica campaniforme. Outra sondagem, na vertente sul, revelou a existência de cabanas circulares e algum espólio associado. O povoado terá tido apenas uma época de ocupação, em inícios do 2° milénio. Povoado de estrutura semi-circular, possível derrube de bastião (e local provável de escavação por Camarate França), de uma provável terceira muralha a SW e de diversas estruturas circulares. O sítio está relacionado com o povoado da Fonte Quente II (CNS34491) e com o povoado da Arrascada (CNS17515). Em 1993 e 1995, Luiz Oosterbeeek e Ana Rosa Cruz efetuaram a escavação, para o IPPAR, de uma camada negra com artefactos líticos e fragmentos ósseos, entre duas cascalheiras estéreis, na barreira da estrada, na base do povoado, que poderá corresponder a uma ocupação posterior à do povoado campaniforme da Fonte Quente. Em 2004, foram efetuadas sondagens e escavações arqueológicas (2004, 2005), perto do depósito de S. João, integrado no Sistema Multimunicipal de Abastecimento de Água da Raia, Zêzere e Nabão, por José António Ferreira Pereira, Rosa Maria Salvador Mateos e Sérgio Alexandre da Rocha Gomes. Em 2006, Nélson Borges efetuou uma sondagem de uma pedreira, no âmbito do acompanhamento arqueológico da construção do IC9 - Nó de Carregueiros / Tomar. A sondagem arqueológica revelou a presença de extração de pedra, de cronologia Medieval/Moderna, com a rocha talhada em bancadas, por diversas técnicas extrativas, de uma forma intensiva, e muito entulhada por restos de talhe, o que pode indiciar uma antiguidade talvez maior para essa atividade. A técnica mais utilizada consiste no talhe da rocha em blocos retangulares, cortados lateralmente e destacados por baixo. 2006-2007 - O povoado da Fonte Quente foi intervencionado preventivamente no âmbito da construção do IC 9 - Nó de Carregueiros/Tomar IC 3. Os trabalhos de sondagem e de escavação arqueológica, numa área total de 1490 m², permitiram identificar várias estruturas deste povoado, nomeadamente, algumas cabanas, lareiras, vários empedrados e três muralhas, paralelas com alinhamento norte-sul e contornos semicirculares. A área melhor preservada, em termos estruturais, verifica-se num vale, entre dois cabeços mais destacados, com um recobrimento de sedimentos em alguns locais superior a um metro. Os estilos de construção são diferentes, quer na espessura, alinhamento de faces, ou robustez, o que implica que a sua edificação não será contemporânea. O espaço compreendido entre muralhas revela a presença de estruturas muito toscas, mal definidas, construídas com recurso a matérias-primas diferentes, como seixos de quartzito, ou pequenos blocos de calcário, constituindo alinhamentos ou pequenos empedrados, podendo corresponder a embasamentos de lareiras ou outras estruturas funcionais. Por estarem inseridas num estrato inferior àquele em que se inserem as muralhas, e algumas das estruturas se encontrarem imediatamente acima das argilas, é de crer que se trate de um momento anterior, de resquícios de uma primeira fase de ocupação do local. A escavação permitiu confirmar algumas realidades suspeitadas no decorrer da execução das sondagens arqueológicas. Em primeiro lugar, o facto de estamos na presença de um importante povoado pré-histórico, com uma extensão muito grande, e com uma ocupação muito intensiva e com importância suprarregional. Em segundo lugar, a existência clara de diferentes momentos de construção de estruturas, o que não implica diretamente uma ocupação com hiatos, mas sim uma reformulação arquitetónica de algumas das estruturas, o que denuncia uma abrangência cronológica muito lata para esta comunidade, a qual pode corresponder a mais de dois milénios de ocupação. O maior problema em definir a época de construção das estruturas existentes reside exatamente nesse fator. Com efeito, o facto de haver várias reformulações no espaço, ao longo da ocupação do povoado, patenteia uma contínua ocupação do espaço, embora com significados diferentes para as comunidades que o habitaram. As estruturas detetadas integram a panóplia habitual de um povoado calcolítico, compondo-se por cabanas, lareiras, empedrados vários, alinhamentos, estruturas funcionais, torreões, muralhas, etc. Com efeito, verificou-se a presença de três linhas de muralha, paralelas, com alinhamento norte-sul, com contornos semicirculares. Os estilos de construção são diferentes, quer na espessura, alinhamento de faces, ou robustez, o que implica que a sua edificação não será contemporânea. O espaço compreendido entre muralhas revela a presença de estruturas muito toscas, mal definidas construídas com recurso a matérias-primas diferentes, como seixos de quartzito, ou pequenos blocos de calcário, constituindo alinhamentos ou pequenos empedrados, podendo corresponder a embasamentos de lareiras ou outras estruturas funcionais.

Cronologia: Paleolítico Inferior, Médio e Superior, Neolítico Calcolítico Final / Bronze Inicial, Época Romana e Visigótica, Idade Média, Época Moderna. 


Sepulturas escavadas na rocha - Carvalhal I 

Coordenadas WGS8439.674220,W -8.393670; N 39.675289, W -8.394241

Localização: Na estrada Carvalhal -Vale Venteiro, corta-se à esquerda, logo à saída do Carvalhal, por um carreiro vai dar às sepulturas. Estas situam-se a cerca de 300m do cruzamento. 

Caraterização: No topo do outeiro encontram-se espalhados muitos imbrices rudes, associados a duas sepulturas escavadas na rocha. Ambas têm forma retangular, mas uma não foi concluída. A primeira tem as seguintes dimensões:192*54*41 cm e a cabaceira está orientada a oeste, a inacabada tem 194*61*19 cm, igualmente orientada nesse sentido. 

Cronologia: Época Visigótica. 

 Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Património Arquitetónico 2016

set13 - Nuno Ferreira
set13 - Nuno Ferreira


Carvalhal II 

Coordenadas WGS8439.663015, W -8.393196

Localização: Quando se vai do Vale Venteiro para o Carvalhal, ao chegar dentro desta povoação, continua-se em frente por uma estrada de terra em direção à antiga capela do Carvalhal, hoje destruída. A estação situa-se no monte sobranceiro à povoação, do lado esquerdo.

Caraterização: No topo deste outeiro acham-se muitos imbrices toscos espalhados em terrenos cultivados existentes no meio dos afloramentos calcários e em montes de despejo. Na encosta existe uma sepultura, conforme nos informaram no local, mas deve estar coberta de pedras, pois não a conseguimos localizar. Segundo a tradição oral, terá existido neste local uma antiga Igreja, supostamente dedicada a São Silvestre, da qual restam somente derrubes de pedras, que poderão ter feito, parte da mesma. São visíveis algumas pedras aparelhadas, existindo numa delas com decoração em relevo, que está à guarda do proprietário do terreno. 

Cronologia: Época Visigótica e Idade Média. 

 Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Património Arquitetónico 2016

Possível local da Capela de São Silvestre nov14 - Cristina Henriques

Pedra onde se encostava o santo?nov14 - Cristina Henriques


Carvalhal III 

Coordenadas WGS8439.681655, W-8.393860

Localização: Pela rua do cabeço, dentro do Carvalhal. 

Caraterização: No topo do cabeço (lado norte) encontram-se imbrices grosseiros. Do lado sul, refere a população de que existe um cemitério, onde em criança, jogavam à bola com os crânios encontrados. 

Cronologia: Época Visigótica. 
nov14 - Cristina Henriques

nov14 - Cristina Henriques

 Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Património Arquitetónico 2016

Sepulturas escavadas na rocha - Póvoa

Coordenadas WGS8439.65570, W -8.40183

Localização: O acesso faz-se pela estrada do Cairrão. Assim, nesta estrada, corta-se por caminho de carro, à direita, a seguir à última vivenda e depois por carreiro à direita.

Caraterização: As sepulturas situam-se num cabeço dominando a ribeira da Milheira. Trata-se de duas sepulturas escavadas na rocha, situadas em linha e orientadas com a cabeceira a oeste. Uma tem as dimensões de 190 x 54 x 47 cm e a outra 182 x 50 x 57 cm.

 Cronologia: Época Visigótica. 

 Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Património Arquitetónico 2016


set13 - Nuno Ferreira

Pia dos moribundos

Coordenadas WGS8439.65570, W -8.40183

Localização: Seguindo a estrada Pedreira-Cadaval, quase ao chegar à povoação, corta-se por um caminho carreteiro que vai dar à Fonte das Romãs, no rio Nabão. A sepultura situa-se do lado esquerdo do caminho, na extrema de um eucaliptal. 

Caraterização: Trata-se de uma sepultura retangular, com apoio para a cabeça, escavada numa rocha calcária de pequenas dimensões. Encontra-se a meio da encosta, orientada a Sul. No cimo do monte encontram-se telhas grossas curvas de um possível casal. Apresenta as seguintes dimensões: comprimento - 177cm; largura da cabeceira - 34cm; comprimento da cabeceira - 22 cm; largura a meio - 44 cm; largura do ombro - 45 cm; largura dos pés - 30 cm; altura - 30 cm.

 Cronologia: Época Visigótica. 

 Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Património Arquitetónico 2016



Poça da moira

Coordenadas WGS8439.676809, W -8.394067

Localização: Na estrada Carvalhal -ValeVenteiro, junto à cortada para a estação do Carvalhal I, no quintal da casa do Sr. Manuel Alves. 

Caraterização: Trata-se de uma sepultura em calcário de forma retangular com rebordo. Uma das extremidades encontra-se fraturada. Aproveita o afloramento. A sepultura tem uma orientação N/S. As suas dimensões são: 192 x 50 x 8 cm. O rebordo tem uma largura de 28 cm. Segundo informação, durante a construção da moradia foram destruídas cerca de outras 4 com tipologias diferentes.

 Cronologia: Época Visigótica. 

 Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Património Arquitetónico 2016

Sepultura escavada na rocha - Quinta da Granja

Coordenadas WGS8439.624700, W -8.408260

Localização: Na estrada Tomar – Prado, a seguir ao Açude de Pedra, corta-se à esquerda por caminho rural que passa sob o IC 8.

Caraterização: Trata-se de uma possível sepultura, de inumação, com as lajes de cobertura in situ, provavelmente aberta na rocha. Estará relacionada quer com o sítio visigótico Quinta da Granja III, do qual dista 300 m, quer com Quinta da Granja IV, situado também nas imediações, a cerca de 100 m.

 Cronologia: Época Visigótica. 

 Revisão do Plano Diretor Municipal de Tomar – Património Arquitetónico 2016


(1)O INSTITUTO. Coimbra, 1852
O Instituto : jornal scientifico e litterario. - Vol. 1 (1852/53) - vol. 140/141 (1981). - Coimbra : Imprensa da Universidade, 1853-1981. - 22 cm

2 comentários:

  1. Bom dia . sou de Tomar e nao tinha conhecimento disto. Que excelente artigo. Vou visitar. So uma questao sabe dizer-me se é possivel fazer o trajecto entre elas a pé? Obrigada

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    1. Olá Peço desculpa, pois só agora reparei no seu e outros comentários, sim todo este património tem acesso a pé, tem alguma distância entre eles mas tudo é possível, eu faço referência a coordenadas obtidas através do Garmin..pela Geocaching também consegue ir a alguns "monumentos"..Obrigada e boa visita (que se calhar já fez)

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