'Um canteiro é um artista que trabalha em cantaria. Trata-se de um pedreiro ou artífice que trabalha pedra de cantaria. Esta é uma pedra rija, grande e esquadrada, para construções.'
in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/pedreiro-vs-canteiro/36558 [consultado em 05-05-2024]
O Rancho Folclórico "Os Canteiros" da Pedreira (https://www.facebook.com/ranchofolclorico.pedreira) carateriza-se por ser uma associação com o intuito de divulgar as tradições, danças, gastronomia e o trajar do período 1890 a 1920.
Na década de 90 o Rancho realizou algumas recriações, nomeadamente: o trabalho do canteiro
https://www.facebook.com/photo/?fbid=302399303185578&set=pb.100002465321634.-2207520000
O elemento do meio (Hugo Canha) está sentado no coxo: peça de madeira que para além de permitir servir de assento também era utilizado para o transporte de algumas ferramentas tais como a maceta, escopros, picões ...
Na fotografia temos à esquerda o Tó (António Anjos), o Sr. Jacinto (por trás), o Hugo Canha e o Sr. à direita já não me recordo o seu nome, mas muitos anos acompanhou o Rancho tocando reco-reco e deixou alguns ensinamentos sobre o trabalho do Canteiro.
Saiba mais em:
https://conheceralemdaribeirapedreiratomar.blogspot.com/2015/04/a-pedra-e-os-canteiros.html
Na ladeira das Taliscas podemos observar algumas marcas do corte feito na pedra a picão (PR1 "Vale do Nabão" Ficha Técnica: Execução artística: Hugo Brás Colaboração: Domingos Patacho jf-pedreira).
No final da ladeira das Taliscas encontramos também uma buraca e um telheiro reconstruído onde muito provavelmente alguns dos Canteiros da Pedreira utilizaram para se abrigar.
Fotografia: Cristina Henriques 2020
Fotografia: Cristina Henriques 2020
No livro de Amorim Rosa História de Tomar I podemos confirmar de que a pedra para a construção do Castelo viria de várias pedreiras do Concelho nomeadamente da Pedreira.
Rosa, A.
(1965). História de Tomar I. Tomar: Gabinete de Estudos Tomarenses.
Na Pedreira, a profissão de canteiro esteve e continua presente:
António Carrão (faleceu aos 83anos)
https://tomarnarede.pt/destaque/morreu-um-dos-ultimos-canteiros/#google_vignette
Na Pedreira ainda existe uma Oficina de Cantaria que pertence ao Luís Rodrigo e seu irmão Rui
https://convergenciasarte.wordpress.com/sitios-da-pedra-i-sitios-e-gentes/
Na Pedreira encontramos a arte da cantaria em algumas habitações:
Fotografia: Cristina Henriques 2023
Fotografia: Cristina Henriques 2023
Do lado de Além da Ribeira temos os seguintes locais de extração de pedra:
A pedra destes dois locais (murtinhal e barreirão - extração junto ao ribeiro até ao lagar do Pereiro) era transportada em 2 carroças, e era aparelhada no estacionamento junto ao agora café do Prado.
Murtinhal - Fotografia: Cristina Henriques 2014
Barreirão - Fotografia: Cristina Henriques 2014
Do barreirão saia um carro puxado por 4 bois, sendo descarregada junto à antiga casa que servia de escola (cruzamento da rua dos Fetais e da rua da Igreja), depois iam buscar outra meia carrada e assim desta forma ficava completa a carga.
A filha do balseiro (Cecília que mora na zona de Lisboa) tirou de lá pedra com os bois e o seu avô (pai do balseiro) que era cego fez o mesmo, através da apalpação conseguia saber quando a carrada estava completa.
Nesta zona só os acabamentos da pedra que era para aplicar na zona era aparelhada no local, caso contrário ia para o Prado
Cerca de 1935 já pessoal da Pedreira tirava daqui pedra, vindo pela zona das Lapas, atravessando o rio, onde hoje o ribeiro entra no rio. Mais tarde o "xico cigano" do Fetal de Baixo (avô da Cristina Cacho) e o Luís Perdigoto que mais tarde morou na Póvoa é que passaram a controlar as pedreiras.
Chegou a haver também uma barraquita de acabamentos e também extração de pedra na rua do Carqueijal (vale).
Houve mais dois locais de extração, uma perto da rua da Bela Vista (traseiras da habitação da Cabeleireira - D. Custódia - Vale Venteiro), a outra depois na rua do Vale das Aroeiras a caminho da Igreja e que chegava ao ribeiro.
Destas pedreiras saiu pedra para fazer muitas levadas existentes na zona, para a Escola do Fetal, para a Barragem do Castelo de Bode e para o edifício da Caixa Geral de Depósitos onde agora funciona a Divisão da Educação e Ação Social da Câmara Municipal de Tomar.
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Vista_aproximada_para_Edif%C3%ADcio_da_Caixa_Geral_de_Dep%C3%B3sitos,_CGD,_de_Tomar.jpg
Cerca do ano de 1960 a exploração parou porque passou a ser mais rentável a pedra vir da zona de Fátima.
Informação recolhida e cedida por Hilário Guia.
Sem comentários:
Enviar um comentário