sexta-feira, 24 de abril de 2015

A pedra e os Canteiros

A extração de pedra também era feita na nossa freguesia, em vários locais ainda é possível visualizar. Essa extração também era feita por homens da Pedreira, o topónimo não engana, e por isso achei que devia ser publicado o seguinte documento, onde descreve o trabalho do canteiro bem como a descrição das ferramentas utilizadas.O documento foi realizado pelo Rancho Folclórico "Os Canteiros" da Pedreira. As fotografias foram tiradas no final de 2014 na freguesia de Além da Ribeira.

"Antes de mais quero aqui referir que este é um trabalho de equipa realizado por mim José Carlos com a colaboração de outros componentes do Rancho Folclórico "Os Canteiros" da Pedreira do qual também faço parte.
Passo assim a descrever o trabalho dos canteiros desde a extração da pedra até à sua aplicação final.
Em primeiro lugar a pedra era extraída de locais dominados cabocos ou barrocos, que são penedos isolados e informes.
Logo que eram localizados a primeira coisa a fazer era descobrir os bancos de pedra, para tal utilizavam a pólvora contudo antes da pólvora usavam o lume sobre a pedra de forma a conseguirem tirar terra e pedras soltas, ficando somente as grandes bancadas, que depois seriam extraídas.
Os instrumentos que utilizavam para a sua extração eram vários, sendo os principais as alavancas, os picões, as cunhas e as marretas.
O processo mais usual da extração consitia em abrir um rosso ou sulco na pedra, utilizando para isso o picão que é um instrumento de aço, encabado, de duas hastes curtas e aguçadas nas pontas com o qual os canteiros picavam a pedra abrindo assim uma fenda estreita, comprida e pouco profunda.
Deste modo o rosso estava feito, de forma que procediam à colocação de alhões que eram restos de ferraduras dos bois, junto com cunhas que eram peças de ferro ou madeira com duas faces em ângulo bastante agudo para fazerem aperto.
O aperto consistia em bater com as marretas em cima das cunhas até a pedra partir.
Uma vez extraída a pedra, era necessário transportá-la para os locais de trabalho, este transporte tanto podia ser feito por dois homens que carregavam a pedra em cima de dois paus a que davam o nome de pranchas ou maimeis, tendo que um deles agarrar os paus à frente e o outro à retaguarda, ou então pela força da gravidade empurravam a pedra que rolando pelos grandes declives tornava o transporte mais rápido e fácil de executar, no entanto tudo dependia do local onde a pedra ia ser trabalhada.
Os locais onde trabalhavam a pedra eram simples barracas, aqui a pedra era colocada em cima de 2 ou 4 pedras que tinha o nome de telheiros. Os telheiros tinham a finalidade de serem o suporte, isto é, funcionavam como cavaletes de pedra que is ser trabalhada e por isso nunca eram trabalhados, eles tinham sempre a largura e a altura desejada dos canteiros, tudo dependia do tamanho da pedra que iam trabalhar.
Para trabalhar a pedra, os canteiros utilizavam vários instrumentos que eram os seguintes: esquadros, compassos, macetas, ponteiros, escopros, picões, picolas e bojardas que eram geralmente feitos de aço.
- Os esquadros e compassos serviam para medir e traçar a pedra para assim lhe poderem dar a forma pretendida.
- As macetas usavam-nas para bater nos ponteiros.
- Os escopros, instrumentos cortantes serviam para desbastar a pedra.
- Os picões para abrir os rossos, isto é, pequenas fendas na pedra.
- As picolas tinham a finalidade de aperfeiçoar o trabalho, entretanto foram substituídas pelas bojardas que fazem um aperfeiçoamento mais completo.
Enquanto trabalhavam os canteiros sentavam-se num banco que tinha o nome de coxo.
O coxo, para além de servir de assento, servia também para ser transportada para os locais de sua aplicação. Geralmente o transporte era feito por carroças ou galeras puxadas pelos muares ou carros de bois.
A maioria dos trabalhos feitos pelos canteiros eram para a construção civil, tais como umbreiras, peitoris, soleiras e para além de outros faziam também trabalhos de ornamentação de maior ou menor envergadura consoante o local para onde se destinavam.
A título de curiosidade, estes homens artesãos como eram, dedicavam-se também a fazer trabalhos de adornos para salas e cozinhas, tais como: candeeiros, almofarizes, fruteiras, pratos, pias, enfim um não mais acabar de trabalhos ainda hoje de uma utilidade sem par, que nem o decorrer dos tempos deu origem ao seu desaparecimento."



sexta-feira, 10 de outubro de 2014

A apanha da azeitona

As azeitonas começam a ficar pretas, é altura de começar a apanhar. Pela freguesia já se começa a ver mantas em volta das oliveiras, pessoas, tratores, ... Há que aproveitar o bom tempo, mas se estiver a chover vai-se buscar as capas impermeáveis, pois a azeitona estraga-se.
É um trabalho que não escolhe o tempo, aliás como todos os trabalhos do campo, de dia apanha-se a azeitona, à noite escolhe-se-a.


Campo de oliveiras Out2012 - CH

Apanha da azeitona Out2012 - CH
No link que se segue, apresento um pequeno livro "A azeitoninha", onde retrata, o ciclo de vida da azeitona de uma forma leve, visto o livro ser dirigido a um público infantil, no entanto, também tem uma parte onde dá a conhecer pequenas curiosidades relacionadas com a azeitona e a Cidade de Tomar, bem como um folheto onde dá a conhecer o ciclo da azeitona, envolvendo vários monumentos de Tomar que contribuíram para o seu comércio.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A taberna do “Perna de Pau”

Localização/Descrição: Localiza-se no Vale Venteiro era uma antiga taberna e barbearia.
"Taberna, barbearia, mercearia, comércio diverso e casa de espetáculos: no tempo em que ninguém tinha televisão íamos lá assistir a dois tipos de espetáculos televisivos: touradas e festival da canção... havia um grande número de bancos corridos, para acomodar tanta gente." Sérgio Lopes 2018


sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Casa em Vale do Poço – 3


Coordenadas: N 39˚41.210’ W 008˚24.725’

Localização/Descrição: Travessa da Lagoa. Casa de dois pisos com alpendre em pedra, duas “janelas de avental” e dois oratórios (um pequeno e outro maior) embutidos na parede.





quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Casa em Vale do Poço – 2


Coordenadas: N 39˚41.037’ W 008˚24.497’

Localização/Descrição: rua Principal. Aqui também existe uma “janela de avental”, a moldura da janela com relevo, tem um formato curvilíneo no vão su

perior. Terraço e escada em pedra.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Casa em Vale do Poço


Casa em Vale do Poço - 1
Coordenadas: N 39˚41.150’ W 008˚24.642’

Localização/Descrição: Rua Principal – Vale do Poço. De realçar a “janela de avental” com terraço e escada em pedra.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Casa – Antiga Escola Primária



Localização/Descrição: Situa-se no Fetal de Cima e segundo a minha avó esta casa funcionou com Escola Primária nos anos 40, os donos da casa arrendaram o espaço ao Ministério da Educação, na época a escola primária mais perto localizava-se na Póvoa e era Masculina (1913).