fotografia de: http://www.mediotejo.net/tomar-fabrica-prado-karton-vai-a-leilao-em-dezembro/2020
Perpetuar o património material e imaterial existente na união de freguesias de Além da Ribeira e Pedreira
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quinta-feira, 9 de abril de 2020
Os moinhos do Prado - Tomar
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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018
O Terramoto de 1755
Ao ler o livro Ribatejo Histórico
Monumental deparei-me com um assunto, do qual nunca tinha prestado a devida
atenção, mas agora (se calhar por ter sentido o sismo de Arraiolos há bem pouco
tempo) achei interessante partilhar este dado sobre a minha terra natal. Mas
vai além deste facto, e que é também interessante, é ter havido na época um
inquérito ordenado pelo Marquês de Pombal, numa pesquisa online encontrei
também um blogue com a totalidade das perguntas feitas na altura, e passo a
transcrever:
"Perante o grau de destruição
produzido pelo grande terramoto, as medidas tomadas pelo Marquês de Pombal
demonstram a capacidade daquele político e a forma pragmática como encarou a
terrível catástrofe. Um inquérito à escala nacional foi por ele determinado. Um
formulário com 13 questões foi impresso com elevada tiragem e os exemplares
distribuídos pelas paróquias, pois sabia-se ser esta a forma mais expedita de o
fazer chegar a todas as partes. Eis as perguntas:
1º. – A que horas principiou o terremoto do primeiro de Novembro e que
tempo durou?
2º. – Se se percebeu que fosse maior o impulso de uma parte que de outra? Do
norte para sul, ou pelo contrário, e se parece que caíram mais ruínas para uma
que para outra parte?
3º. – Que número de casas arruinaria em cada freguesia, se havia nela edifícios
notáveis, e o estado em que ficaram.
4º. – Que pessoas morreram, se algumas eram distintas?
5º. – Que novidade se viu no mar, as fontes e nos rios?
6º. – Se a maré vazou primeiro, ou encheu, a quantos palmos cresceu mais do
ordinário, quantas vezes se percebeu o fluxo, ou refluxo extraordinário e se se
reparou, que tempo gastava em baixar a água, e quanto a tornar a encher?
7º. – Se abriu a terra algumas bocas, o que nelas se notou, e se rebentou
alguma fonte de novo?
8º. – Que providências se deram imediatamente em cada lugar pelo Eclesiástico,
pelos militares e pelos Ministros?
9º. – Que terremotos têm repetido depois do primeiro de Novembro, em que tempo
e que dano têm feito?
10º. – Se há memória de que em algum tempo houvesse outro Terremoto e que dano
fez em cada lugar?
11º. – Que número de pessoas tem cada Freguesia, declarando, se pode ser,
quantas há de cada sexo?
12º. – Se se experimentou alguma falta de mantimentos?
13º. – Se houve incêndio, que tempo durou, e que dano fez?
Extra – Se padeceu alguma ruína no terremoto de 1755 e em quê e se já está
reparado.
Considerando a época, dizem os
especialistas que este inquérito foi redigido de uma forma notável, procurando
com o seu leque de perguntas a obtenção de informações de tipo «macrosísmico»
como se faz com as escalas de danos desenvolvidas século e meio mais tarde e
que ainda hoje são as que vigoram, tais como a Escala Mercalli Modificada (IMM)
ou, a mais recente, a European Macroseismic Scale-98 (EMS-98). O grande geólogo
Luís Francisco Pereira de Sousa (1870-1931) usou os dados obtidos pelo
inquérito do Marquês para um estudo profundo sobre os danos previsíveis para
construções e monumentos. O sismo de 1909 em Benavente, obrigou os sismólogos a
estudarem de novo o grande terramoto de 1755." fonte:
https://aventar.eu/2010/01/28/o-grande-terramoto-de-1755/
O texto seguinte é retirado do livro Ribatejo Histórico Monumental de
Francisco Câncio, 1938, pág 249 e 250.
“Sobre os Casais ou Casais da Soana, diz a resposta ao inquérito do Marquês
de Pombal: Foy o terremoto... das 9 para as 10 horas da manhã duraria oyo ou
nove minutos e no mesmo dia ouve mais duos! ...E cahirão sinco cazas em o lugar
da Póvoa situada em huma continua penedia lugar de lemitados edifícios que
apenas tem algumas cazas com um sobrado como em toda a freguezia, por ser pobre
toda ella, ...Em toda a freguesia nao morreo pessoa alguma com o terremoto. E
no rio Nabão que devide esta freguezia se vio levantar fora do seu natural mais
de oyto palmos nas vizinhanças da milagrosa senhora das Lapas que he da mesma
freguezia e suas agoas correrão por alguns dias turvas, como todas as fontes da
mesma freguezia. Não houve incêndio. De 1 de Fevereiro de 1756. O Vigário, Frey
Patrício Duarte."
"Sobre Carregueiros refere o inquérito: O terramoto...principiou
pellas novas horas, e tres quatros, e durou oito minutos. «Não se percebeu, que
fôsse maior o impulso de huma parte, do que de outra, e não se sabe se cahirão
mais ruinas para huma parte que para outra. «Em esta freguezia não houve ruína
alguma de cazas, só sim a Igreja desta freguezia, que estava já algum tanto
arruinada, se arruinou agora muito mais, tanto que está especada, e incapaz de
em ella se celebrarem os officios divinos. «Não morreo de terremotos nesta
freguezia alguma. « Em huma fonte desta freguezia se turbou a agua, e parou
durante algum tempo a corrente. ....«Nesta freguezia de S. Miguel de
Carregueiros tem trezentos e quatro homens de Sacramento e 293 mulheres tãobem
de Sacramento. «Tãobem não houve incendio.«De 13 de Fevereiro de 1756. «O
Vigário, Francisco Freyre»
O Dicionário geográfico refere que
"He aldea do Termo da villa de Tomar na Comarca do mesmo nome=o principal
lugar entre os quatro, Pedreira, Prado, S. Simão e Carregueiros, que formão a
Parochia de S. Miguel, a quem Lima dá 162 fogos com 645 almas de communhão,
aonde porem Cardoso não achou mais de 32 fogos, e nenhum no Portugal sacro. « O
Parocho he vigário da appozentação dos Religiosos Cavaleiros da Ordem de
Cristo»"
http://www.travelandtaste.pt/-na-mala/o-terramoto-de-1755-em-video
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018
As "Buracas" de Casmilo
Enquadramento geral
O maciço de Sicó estende-se desde o concelho de Condeixa-a-Nova até ao de Pombal e Alvaiázere pelas Serras de Condeixa e Sicó.
"Este percurso é uma agradável lição de geomorfologia, pela particular formação do vale, do campo de lapiás e também das dolinas "arranjadas""
Fonte: Percursos na Serra de Sicó -Quercus
dolinas "arranjadas"- Dolina (do esloveno, pequeno vale) é uma depressão no solo característica de relevos cársticos, formada pela dissolução química de rochas calcárias abaixo da superfície. Geralmente possuem formato aproximadamente circular e são mais largas que profundas. Podem ser inundadas por lagoas ou secas e cheias de sedimentos, solo ou vegetação. Quando inundadas e ligadas a uma caverna marinha, são chamadas cenotes (da língua maia dz'onot, sagrado).Wikipédia
Fotografias: Fevereiro2018 - Nuno Ferreira
domingo, 14 de maio de 2017
Quando a água canalizada ainda não chegava a nossas casas?
Poço do Espargal - 1885? |
Poço do Espargal - 1885? |
Fonte do Brejo - 1932 |
Fonte dos Vales - 1956 |
Fonte do Poço |
Nascente do Casal de Baixo |
Fonte da Póvoa - 1841? |
Fonte do Brejo - 1958 |
Nascente do Fetal |
Nascente do cairrão |
Poço do Povo |
Nascente das Lapas |
Nascente da ti Júlia |
Fonte da Enxofreira - 1889 |
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
Placas Comemorativas - Nossa Senhora da Conceição - Tomar
Câmara Municipal de Tomar (lado esquerdo) |
Câmara Municipal de Tomar (lado direito) |
Início da Avenida Cândido Madureira em frente ao edifício do Turismo. |
Estaus Rua Torres Pinheiro, do lado esquerdo, a rua da Saboaria |
quarta-feira, 4 de maio de 2016
Fornos de cal
No território da união de
freguesias de Além da Ribeira e Pedreira conhecem-se 6 fornos de cal, todos eles em ruínas (talvez todos do Séc. XVIII?).
Pedra não faltava e por isso
era um ótimo recurso para ser explorado. A transformação do calcário nos fornos
era para a produção da cal, utilizada na pintura das habitações, cura da vinha
(mistura de cal com sulfato de cobre), entre outras utilidades.
A minha avó Maria Emília foi
uma das que carregou lenha para o forno de cal no Lameirão.
Os fornos estão junto a
encostas, envolvidos pela terra (ajudava a manter a temperatura), altos, com
uma altura aproximada de 3 metros…
A localização dos fornos na
sua maioria estão ao lado de caminhos, contudo o porquê da sua localização
ainda não é conhecida, se alguém souber?? Permitia a ligação a ??? Estratégia
comercial?? Junto a afloramentos rochosos?
Utilização no fabrico do papel?
Temos registos
nos Anais de Tomar sobre o preço da cal:
“A 28 de Outubro de
1749, se deu licença a Manuel Gonçalves e José Nunes, do lugar da Pedreira,
para vender cal num forno deste termo.
No dia 11 de Junho de 1751 o Senado da Câmara deu licença a
José dos Santos, do lugar de S. Simão, para abrir um forno de cal, grande, e
vender um moio dela a 550 réis, e a fanga a 60 réis.
A 22 de Agosto reuniu a Câmara Municipal, que deu licença a
José Nunes, morador no lugar da Pedreira, freguesia de S. Miguel, para vender
cada moio de cal a 550 réis, e a fanga a 60 réis, e no mais guardará a forma de
postura.
Na Câmara de 8 de Agosto de 1789, taxaram assim os preços
da cal:
Moio …….600 réis
Fanga …. 50 réis
Na Câmara de 8 de Agosto de 1789, taxaram assim os preços
da cal:
Moio …….700 réis
Fanga …. 60 réis
Deixo aqui
alguns apontamentos sobre a utilização da cal:
“1.6. APLICAÇÕES NA INDÚSTRIA DO PAPEL
No
fabrico da pasta de papel a cal é utilizada para regenerar a soda cáustica. No
fabrico de papel utiliza-se a cal para produzir o carbonato de cálcio
precipitado (PPC), o consumo específico do carbonato é de 200 Kg/ton de papel,
o que significa um consumo de cal correspondente a 112 Kg de cal viva / ton de
papel.” http://www.microlime.pt/Aplica%C3%A7%C3%B5esdacal/tabid/244/Default.aspx
“A cal tem
várias utilidades; tanto na agricultura para neutralizar os solos ácidos e
melhorar as propriedades físicas do solo; como na construção civil,
nomeadamente na pintura das casas e para elaboração de argamassas usadas na
construção de muros e paredes; na criação de frangos, na proteção contra
parasitas; entre outros.”
https://www.geocaching.com/geocache/GC5FE72_antigo-forno-da-cal